quinta-feira, 14 de julho de 2011

5º Domingo da Páscoa - Ano A


“Cantai ao Senhor um canto novo,
porque ele fez maravilhas;
e revelou sua justiça diante das nações,
aleluia!”(cf. Sl. 97, 1s)


Meus queridos Irmãos,

Depois de termos contemplado no domingo passado Jesus como a porta que dá acesso ao Reino dos Céus à liturgia deste domingo nos convida a ver em Jesus como o CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.

O acesso ao Pai passa por Jesus. Assim, o sentido destes três termos que constituem a unidade – o Caminho da Verdade e da Vida - é apresentado através de uma pequena encenação. Jesus inicia sua despedida dizendo que é uma viagem necessária, para lhes preparar um lugar, e que eles conhecem o caminho. Tomé responde que não. Jesus explica que ele mesmo é o caminho da Verdade e da Vida, o caminho pelo qual se chega ao Pai.

Toda pessoa piedosa sonha ou deseja, ou melhor, quer ver e conhecer a Deus. Mas, nos anuncia João no prólogo de seu Evangelho, que ninguém jamais o viu...(cf. Jo 1,18). Agora, Jesus explica a Filipe, que lhe pede para mostrar-lhe o Pai, e a resposta de Jesus é a seguinte: “Quem me vê, vê o Pai!”. Em outras palavras: em Jesus, o Cristo contemplamos Deus. Nosso perguntar encontra Nele resposta, nosso espírito, verdade; nossa angústia, a fonte da vida. Neste sentido, ele mesmo é o caminho que nos conduz ao Pai e, ao mesmo tempo, a Verdade e a Vida que se tornam acessíveis para nós.

Estimados Irmãos,

Jesus hoje nos ensina que Ele e o Pai são um só. Jesus nos ensina que Ele voltará para junto do Pai; que as criatura humanas têm um destino eterno; Jesus nos ensina que Ele é o único caminho de acesso a Deus, e que os apóstolos, em conhecendo esse caminho, deviam encher-se de fé e de confiança na sua misericórdia.

O homem e a mulher vive sempre apreensivo. A apreensão faz parte da natureza humana e não poderia ser diferente com os apóstolos. Todos nós queremos ver ao Pai, sentindo um desejo, menor ou mais intenso, de ver o rosto de Deus. E na procura de Deus, precisamos de pontos de referência para não nos perder. Jesus se coloca como ponto de referência, seja para vencer a angústia pelo que pode acontecer, seja para encontrar a Casa do Pai e fazer comunhão com Ele.

Amados e amadas,

O Evangelho de hoje(cf. Jo 14,1-12) é o Testamento de Jesus. Por isso os ensinamentos são repletos de emoção, conselho e de encantamento espiritual.

E o testamento de Jesus nos deixa verdades acerca de nossa fé: Jesus é igual ao Pai; toda a obra de Jesus é divina e salvadora; a criatura humana tem um destino e um horizonte eterno; esse horizonte e destino é garantido por Jesus aos que tiverem fé nele; Jesus é o caminho que une a terra ao Céu e por esse caminho a criatura humana pode chegar a Deus; por Jesus conhecemos toda a verdade em torno de Deus; a vida não se esgota aqui na terra e Jesus reparte com o homem o poder de salvar.

Estas são as verdades fundamentais do cristianismo, por isso não podemos deixar o nosso coração se perturbar por coisas pequenas diante da normalidade da vida.

Jesus confia no homem e na mulher e o cobre com seu manto protetor! Por isso o próprio Cristo anunciou aos seus: “Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos tempos”(cf. Mt 28,20). Jesus não só assumiu a condição humana nos anos de sua vida terrena, mas para todo o sempre. Jesus é o nosso companheiro de caminhada, de trajetória e por isso nos encoraja.

Irmãos e Irmãs,

Jesus no Evangelho de hoje anima e consola os seus discípulos. Por isso nada deve perturbar o coração do discípulo fiel. Isso porque na hora de nossa morte, Jesus virá ao nosso encontro pessoalmente. Vê-lo-emos face a face. Será pela mão de Jesus que entraremos no céu. Ele virá para nos julgar com misericórdia e justiça, conforme professamos em nosso Credo.

A misericórdia de Cristo é a misericórdia que vem ao nosso socorro e que em cada sacrifício Eucarístico repetidos com fé: “ajudados pela Vossa Misericórdia, sejamos protegidos de todos os perigos, enquanto aguardamos a vinda do Cristo Salvador”, depois da recitação da Oração que o Senhor nos ensinou.

Caríssimos amigos,

A Primeira Leitura de hoje(cf. At 6,1-7) nos fala dos diáconos no contexto da expansão da Igreja entre os helenistas. Continua os Atos dos Apóstolos a narração dos primórdios da Igreja. O seu vertiginoso crescimento traz problemas. Além dos convertidos do judaísmo tradicional, ascendem a Igreja também os convertidos do judaísmo helênico, ou seja, daqueles que vêem das cidades comerciais da Grécia, da Armênia, da Síria, etc, ou pagãos convertidos anteriormente ao judaísmo, como os prosélitos. A organização da assistência às viúvas deste grupo provocou um novo serviço na comunidade: os diáconos, os que são servidores da caridade e que assumem o ministério da caridade entre os mais pobres da comunidade.

Prezados irmãos,

A Segunda leitura hodierna(cf. 1Pd 2,4-9) apresenta a Igreja – como templo de pedras vivas, da qual Jesus Cristo é a pedra angular. A presente leitura é rica de imagens, que se determinam mutuamente. Cristo é a pedra viva, rejeitada pelos sumos sacerdotes e pelos mestres da lei; pedra morta, mas ressuscitada por Deus. Quem a Jesus se une na construção do Seu Reino é pedra viva também. Cristo é o sacrifício espiritual; quem adora a ele, o é também. Por isso somos santificados com ele pelo sacerdócio real que recebemos pelo batismo.

Irmãos caríssimos,

Cristo é a verdade, na confusão ruidosa das mil “verdades”que só duram um dia. Jesus permanece como o termo último de todas as verdades. Cristo é a vida: todos os esforços do homem para vencer as barreiras da morte só conseguem retardar de um momento o terrível encontro. Só Cristo destrói essa barreira e nos abre as portas para um vida sem fim, em plenitude total.

Jesus ao se proclamar como o Caminho único de se chegar ao Pai lembra que é possível chegar ao Pai somente por meio dele. Assim a segunda leitura, continuação da Carta de Pedro canta a dignidade do povo constituído em Cristo, construído com pedras vivas sobre a pedra rejeitada pelos construtores, que se tornou à pedra angular. Nem mesmo os conflitos da comunidade iniciante dos Atos pode nos abalar. Devemos dar louvor ao Deus bom e fiel, ou seja, a providência de Deus para todos os seus. Ele vem em nosso auxílio e em nosso refúgio. Com Jesus estamos no Pai, somos conduzidos ao Pai, participando de sua vida e do seu amor. Que Deus nos ajude e nos conduza todos ao único caminho, sempre lembrando do chamado da Igreja que peregrina no Brasil - pelos nossos Pastores - aonde somos convidados a Ver Jesus, único Caminho, Verdade e Vida. Amém!


Por: Padre Wagner Augusto Portugal










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