quinta-feira, 14 de julho de 2011

6º Domingo da Páscoa - ANO A


“Anunciai com gritos de alegria,
proclamai até os extremos da terra:
o Senhor libertou o seu ovo, aleluia!”(cf. Is. 48,20).


Meus queridos irmãos,

A liturgia de hoje nos apresenta um discurso de despedido de Jesus. Poderíamos dizer que Jesus pronunciou este discurso em forma de testamento. Foi pronunciado na última Ceia. O conteúdo é repleto de emoção, teologicamente mais profundo, onde se misturam certeza e esperança, amor e fé, vida terrena e vida eterna, destino humano e destino divino.

A exegese do texto de hoje(cf. Jo 14,15-21) nos mostra a glorificação de Jesus e anuncia a vinda de um outro Paráclito, isto é, de alguém da parte de Deus para fazer os apóstolos compreenderem os passos e os ensinamentos do Messias, testemunhá-los diante das comunidades, distinguirem entre verdade e erro, e vencerem todas as dificuldades que são apresentadas.

E Jesus dá um grande presente aos seus convidados e a todos nós: promete continuar presente entre os apóstolos, amá-los como o Pai o ama e, um dia, fazê-los participantes da mesma glorificação, da vida eterna.

Estimados amigos,

E o que Jesus pede em contrapartida de tudo isso que nos oferece? Nos pede a sua fidelidade aos seus mandamentos. Fidelidade ao amor que pode ser sintetizado em uma única frase: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo!”.

E quem vai caminhar conosco para velar por esta fidelidade é o Paráclito, o Santo Espírito.

Assim, os homens e as mulheres, que são possuídos por Deus, que tem o Espírito Santo que vem ao seu socorro, devem testemunhar que o Cristo é o Filho de Deus vindo a este mundo para nos salvar, para nos justificar, para nos santificar. Jesus está vivo no meio dos seus, porque os homens são templo e morada de Deus.

Irmãos e Irmãs,

Amar a Deus e guardar os seus mandamentos é a mesma coisa! E Jesus hoje ressalta exatamente isso: amar e ser amado. Isso porque quem ama a Deus “guarda a sua palavra” e o Pai vai amar esta pessoa. Assim a história de cada batizado é uma história de amor. Amor que vem de Deus. Por isso não se ama a Deus se não se observa os mandamentos.

Assim por amor Cristo anuncia que Deus vai nos conceder um advogado. Mas um advogado? Para que? Para nos defender dos inimigos e do mal. O fruto desse amor de Deus aos apóstolos fiéis é o Espírito Santo, que ele Enviará, a pedido de Jesus, para ser o Paráclito dos crentes, dos discípulos fiéis.

Paráclito significa ADVOGADO, PROTETOR, DEFENSOR. Mais do que isso o Paráclito pode ser a TESTEMUNHA,o garante, aquele que ajuda, que protege, que defende, que inspira, que testemunha a favor.
O mundo estava prestes a julgar Jesus. Era preciso de que os apóstolos ficassem firmes na sua fé ao verem levar o Mestre do Tribunal para a Morte. O Paráclito não virá para defender Jesus, mas para fazer com que os apóstolos compreendam os passos de Jesus e não se escandalizem com a sua paixão e morte.

É preciso que os apóstolos tenham a serena coragem de enfrentar todas as tribulações em nome e na força do Cristo.

Jesus, também, é nosso Paráclito, porque Ele nos defende, lavando-nos com seu sangue redentor. Por isso Jesus diz que não nos deixará órfãos. Mas Jesus nos anuncia que Ele ficará conosco todos os dias até a consumação dos tempos.

Estimados Irmãos,

Jesus chama pelo Paráclito que ele anuncia que é o Espírito da Verdade. A Verdade irrenunciável como anuncia Bento XVI. A Verdade que é o próprio Cristo. A Verdade se que sobrepõe ao erro e ao pecado, na luta quotidiana contra o mal e o erro. A Verdade que é esperança cristã. A Verdade que só pode ser assimilada, vivida e festejada com o auxílio do Santo Espírito.

Assim, a Segunda Leitura(1Pd 3,15-18) nos conscientiza de que estamos em processo com o mundo. O mundo pede contas de nós, mas é a Deus que devemos prestar contas. O mundo pode matar, como matou Jesus. Mas no Espírito que fez viver o Cristo viveremos. Assim vive e reza a esperança cristã. O cristão difere do pagão por sua esperança, diz São Pedro. Em Cristo, ele enxergou a força da vida e do amor. Por isso, ele pode responder por sua fé, com segurança, diante de Deus e dos homens. E não receia o sofrimento: também Cristo o conheceu.

A esperança cristã que foi confirmada na primeira leitura(cf. At 8,5-8.14-17) quando o diácono Filipe batizou novos cristãos na Samaria. Depois, vieram os Apóstolos Pedro e João de Jerusalém para confirmar os batizados, impondo-lhes as mãos, para que recebessem o Espírito Santo. Assim, os apóstolos, predecessores dos Bispos, completaram e confirmaram o batismo. A perseguição a Estevão torna-se instrumento da expansão da fé cristã. Filipe, do grupo de Estevão, torna-se apóstolo da Samaria. A sua pregação é confirmada por milagres e traz grande alegria. Os apóstolos Pedro e João vêem de Jerusalém para invocar pó Espírito Santo sobre os recém-convertidos da Samaria, sinal da unidade das Igrejas.

Caros irmãos,

O que pede o mundo hoje ao cristão? O mundo nos exige que devemos responder hoje não com divisões, com ódios ou com disputas. Devemos ser movidos pelo amor de Deus em favor do homem. O motor de todo verdadeiro progresso é o amor e somente o amor. Sem amor o próprio progresso pode ser voltar contra o homem e destruí-lo ou aliená-lo. Procura-se um amor que salve o homem todo: a sua dignidade, a sua liberdade, a sua necessidade de Deus, seu destino ultraterreno. Um amor concreto, que se interesse pelos que estão perto e a quem se pode prestar algum auxílio. Um amor que vai até onde nenhum outro pode ir.

Vivamos, pois, com grande entusiasmo a nossa vocação de batizados e de crismados. Jesus que nos chama a santidade caminha conosco. Não nos deixa órfãos! Envia o Santo Espírito para permanecer e nos velar para que nunca traiamos a verdade que é sintetizada no amor e no perdão, na acolhida e na misericórdia. Amém!


Por: Padre Wagner Augusto Portugal










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